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Uma  rotina mais fluída e desacelerada é caminho para melhor qualidade de vida

Estudiosos do tema acrescentam que, em um cenário em que são crescentes os casos de burnout, ansiedade, insônia, e pessoas com dificuldades de atingirem a felicidade e vivendo uma pressão interna muito grande, a solução, ao contrário do que se pensa, não está fora e sim dentro de cada um.

O Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde e Qualidade de Vida, celebrado em 6 de abril, visa a diminuir a parcela de pessoas em situações de risco devido a maus hábitos em sua rotina. Isso inclui tanto a vida profissional, como a pessoal; e também os aspectos que englobam saúde física e mental. Nesse sentido, as ações de desenvolvimento individual e as práticas de meditação e expansão da consciência emergem como excelentes pontos de partida para se alcançar o equilíbrio e diminuírem as pressões que tanto aumentam a ansiedade e prejudicam não só a qualidade de vida como impedem as pessoas de atingirem a felicidade. 

Fernando Gabas, empresário nas áreas de educação e saúde; apaixonado pela vida e pela consciência, explica que a qualidade de vida pode ser extremamente prejudicada dependendo dos condicionamentos e programações que existam na mente de cada um. Segundo ele, é muito comum as pessoas experienciarem uma “realidade” que  é, na verdade, uma interpretação que a mente faz dos fatos. “É muito difícil a pessoa enxergar os fatos exatamente como eles são. Sempre existe um significado sendo dado oriundo de conceitos pré-estabelecidos, e muitas vezes com um grande viés de negatividade causado pelo estado emocional atribulado que as pessoas se encontram. É quase como se cada um criasse sua própria realidade virtual”.  

Gabas é um próprio exemplo. Ele experienciou aos 33 anos, no auge de sua carreira, que coincidiu com o ápice do seu stress, o rompimento de um aneurisma cerebral, o chamado derrame, que apesar de toda dificuldade e risco envolvidos, serviram como um gatilho para uma transformação interna. A jornada escolhida para consolidar esse processo foi o (auto)conhecimento.  Foram diversos cursos em vários lugares do mundo e uma série de experiências vivenciadas, que mudaram substancialmente a sua forma de ver o mundo e viver. 

“Quando olho ao meu entorno e vejo a dor,  a insatisfação das pessoas, eu lembro exatamente como fiquei.  Muitos chegam ao ponto de perder o prazer pela vida, perder o encantamento com as coisas essa coisa deliciosa de viver que sentíamos quando crianças. E no meu caso, mesmo com os altos e baixos – mais baixos do que altos, eu pensava que aquilo era vida”, enfatiza. 

De acordo com Gabas, obviamente não é preciso uma experiência tão traumática e drástica para cair na real, mas muitas vezes é a única forma. Isso porque a maioria das pessoas tende a buscar uma estratégia errada para encontrarem o que as fazem bem e felizes: buscar fora o que só vão encontrar dentro delas. E isso ocorre por um próprio condicionamento da sociedade. A educação tradicional dedica  99% do tempo aos ensinamentos de disciplinas externas, como matemática, idiomas, história, geografia, conhecimentos específicos; e nada sobre o indivíduo, mente humana, emoções, pensamentos e o que é essa tal de consciência.

“Não faz sentido pensar que mudando fora transformaremos a nossa experiência de vida. Já que é em nós que sentimos os nossos desprazeres, alegrias, felicidades, angústias, etc.  É algo que não faz sentido quando fazemos uma análise objetiva inclusive. Afinal, a vida se passa dentro de nós”, explica o empresário. 

Segundo o empresário, que há anos dedica-se a estudar os temas que ajudam a expandir a consciência e a viver o momento presente; quando uma pessoa desenvolve outras áreas de sua mente, muda a  percepção da vida e experiencia uma paz com a vida, momento a momento. Desta forma, consegue viver a experiência da vida integrada com a própria vida, o resultado é uma segurança interna e uma sensação de que está tudo bem. Isso é uma característica do estado de flow. Ou seja, a pessoa está integrada com a experiência e simplesmente flui com a vida. 

Atletas, artistas e até executivos atingem esse estado em situações em que se encontram totalmente concentrados, presentes e focados. “ É como se aquilo estivesse simplesmente se desdobrando. Essa é a sensação que temos quando estamos em flow. No momento você usa sua inteligência  máxima e acessa uma consciência universal e nessa hora aquilo flui e você diz e faz coisas naturalmente, espontaneamente. E podemos não só estar em alguns momentos assim, como viver dessa forma”, explica. 

Outro exemplo, é Izabella Camargo, comunicadora com foco em saúde mental e bem-estar no trabalho, autora do Best-seller “Dá um tempo! Como encontrar limite em um mundo sem limites” e criadora do movimento da Produtividade Sustentável. A história de Izabella é muito parecida com a de milhares de pessoas, em especial na faixa dos 30 a 40 anos, que estão sobrecarregadas, assumindo múltiplas responsabilidades no trabalho e na família, já percebem os efeitos do encurtamento do tempo e acabam deixando tudo para depois. O resultado vem com o adoecimento.  

No caso da comunicadora, em 2018, ela foi diagnosticada com a Síndrome do Burnout. A situação pela qual passou, segundo ela, foi crucial para compreender que o estilo de vida que estava vivendo era insustentável – longos períodos trabalhando de madrugada, acúmulo de funções e jornais – e mais do que isso, que a  produtividade que ela estava buscando naquele momento era insustentável. Foi esse colapso que a fez virar a chave e iniciar a busca por modelos de produção sustentável. 

“O movimento que criei, a partir da experiência que vivi, pesquisas e de mais de quatro mil entrevistas nos últimos três  anos, tem exatamente o objetivo de oferecer estratégias e informações para que as pessoas que amam o que fazem continuem fazendo o que amam, mas sem prejuízos para a saúde e relacionamentos. Quantos pais não perderam seus filhos por negligenciar a família? Quantos homens e mulheres adoeceram por deixarem a própria saúde para depois? É vital refletir que se queremos um mundo sustentável também precisamos considerar nosso estilo de vida. Quando você começa a se incluir na própria agenda, a treinar o não para os excessos  você consegue encontrar formas de viver em equilíbrio dinâmico,” explica.

Dentro desse contexto de produtividade sustentável, um dos pontos de partida e um dos passos fundamentais é a atualização de identidade. Em um sentido figurado, seria o grande passaporte para um turismo interior. “Não adianta nada você buscar todas as soluções no Vale do Silício, por exemplo, se dentro da sua mente estiver tudo desorganizado, com crenças e modelos de gestão  ultrapassados. Proponho, no primeiro passo, uma faxina emocional, pois normalmente carregamos uma quantidade de entulho gigantesca. E, eu sou o exemplo, do que pode acontecer se você resistir a essas mudanças, mesmo amando o que você faz é fundamental se incluir na própria agenda. Precisamos  desacelerar um pouco para continuar acelerando”, complementa.

Tanto Gabas como Izabella estarão juntos em um painel de abertura do SER Longlife Learning, intitulado “A Potência do Presente!, que contará com a presença de Daniel Castanho, Fundador e presidente do Conselho do Grupo Anima Educação. O evento promovido pelo Transamérica Expo Center, acontecerá nos dias 18 e 19 de outubro de 2022, e combinará teoria e ensinamentos de como aplicar alguns conceitos de forma prática no dia a dia, sempre pensando em melhorar a qualidade de vida, promover aprendizado contínuo e o desenvolvimento individual.  

É bem isso que prega o conceito de longlife learning, que tem ganhado cada vez mais força e representatividade. São crescentes o número de pessoas e também de técnicas que têm atuado no sentido de colaborar para a transformação e para a construção de um novo paradigma, cruciais no atual momento em que vivemos, marcado não só pela pandemia, mas pelo stress, competitividade, insegurança e medo. O SER Longlife Learning reúne um pouco desse universo. 

Confira a programação completa: https://www.experimenteser.com.br/

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